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Doutor, depois que ele internou na UTI, nunca mais foi o mesmo.

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Infelizmente, alguma parte desses pacientes sobreviventes recebe alta do hospital em condições bastante diferentes da sua condição de vida prévia ao internamento. Muitas pessoas sofrem com alterações físicas, cognitivas e mentais. Muitas vezes saem do hospital dependendo de auxílio para realizar todo tipo de atividade diária, como higiene, banho e alimentação. Inclusive, há pacientes que dependem de dispositivos de longa permanência, como traqueostomias, gastrostomias, cateteres de diálise e quimioterapia…

A sobrevida dos pacientes melhorou com os avanços na medicina nos últimos 30 anos. O surgimento das Unidades de Terapia Intensiva proporcionou que pacientes gravíssimos tivessem maior chance de sobreviver.

Há alguns anos foi descrita a Síndrome de cuidados pós-intensivos (do inglês, post-intensive care syndrome – PICS). Essa entidade é composta por prejuízos a saúde física, cognitiva ou mental, resultante de um episódio de doença crítica e seu tratamento, que persistem após a alta da unidade de terapia intensiva. Esses pacientes podem sofrer com fraqueza muscular, dificuldade de mobilização, dores crônicas, dificuldades para falar e comer, alterações psicológicas, como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático e ainda prejuízos cognitivos, como falha na memória, insônia, déficit de atenção e raciocínio lentificado.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da PICS estão idade avançada, sexo feminino, problemas cognitivos prévios, gravidade da doença, experiências negativas na UTI e desenvolvimento de delirium (confusão mental que se inicia com doenças graves no ambiente hospitalar).

A prevenção da PICS pode ser feita pela equipe multidisciplinar seguindo o pacote de recomendações ABCDEF:

A: avaliação, manejo e prevenção de dor.
B: (breathing) referente a ventilação espontânea e testes de despertar.
C: (consciência) a escolha de sedação e analgesia, manutenção de níveis leves de sedação e evitar benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam, clonazepam/rivotril).
D: a avaliação de delirium, sua prevenção e manejo.
E: (early mobilization): a mobilização precoce e realizar exercícios físicos.
F: (Family) sendo o empoderamento e engajamento da família nos cuidados pós-UTI.

Em resumo, a PICS se apresenta como uma condição limitante para o paciente nos campos de saúde física, cognitiva e mental tanto para o paciente quanto para os familiares e cuidadores. É papel conjunto da equipe multidisciplinar tomar medidas para evitar que a PICS aconteça e promover a reabilitação desses pacientes após o internamento em UTI, em conjunto com os familiares e cuidadores.

Na Clínica Integrare contamos com o apoio de médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e fonoaudiológos para ajudá-los nesse momento de recuperação.

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